Fotos Destaque do Evento

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Encontro de irmãos Caicó/RN 13/10/2021

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

FLOR DO CASCALHO - APOLÔNIO CARDOSO

FLOR DO CASCALHO APOLÔNIO CARDOSO Eu passando um certo dia No pé de uma Serrania Numa manhã sem orvalho Vi uma flor desconhecida Que era como a flor da vida Rosa branca ou Margarida A chamei Flor do Cascalho. Fiquei olhando pra ela Sentindo a solidão dela Como se fosse um alguém Porque a flor sem orvalho Que nasce dentre o Cascalho Se balançando em seu galho Sente saudades também. A saudade do meu bem É como a da flor também Que a ventania assanha É como a Rosa da vida Rosa branca ou Margarida Que Deus criou esquecida Nos cascalhos da montanha. A cabocla desprezada É a Rosa abandonada Distante da humanidade Flor branca misteriosa Nasce com a sorte da Rosa Vive, IMURCHESSE e não goza Nos cascalhos da Saudade. O poeta Peregrino Que vaga sem ter destino Conhece o que a vida tem Ver flores em seu Nascente Ver Espinho em seu Poente Porque a sorte da gente É um cascalho também. Eu olhei pra teus olhinhos Vi neles Dois Passarinhos Por entre a floresta calma Cantando a voz de um poema Como se fosse um dilema Das canções de Iracema Nos cascalhos da minha alma. Meu Adeus flor esquecida Eu vou em busca da vida Que ela foge de mim Um dia tu morrerás... Eu perderei minha paz Não te verei nunca mais Ambos nós teremos fim. Quando Caíres da rama Eu perder a minha fama Fugir minha Mocidade Me cobrirei de delírios Tu não verás novos Lírios Cantarei os teus Martírios Na voz da minha saudade. Fique aí Flor do Cascalho Se balançando em teu galho Beijando a brisa do além Não temos gosto um segundo Nosso sofrer é profundo Que Talvez o outro mundo Seja um cascalho também. Não temos gosto um segundo Nosso sofrer é profundo Que Talvez o outro mundo Seja um cascalho também. ============================ APOLÔNIO CARDOSO Apolônio Cardoso (Campina Grande, 14 de dezembro de 1938 – Campina Grande, 22 de dezembro de 2014) advogado, poeta, repentista. Considerado um dos mais significativos e importantes da poética da região nordeste. HISTÓRIA Muito pobre iniciou a vida ainda menino como engraxate. Aprendeu a poesia ouvindo grandes mestres como: José Gonçalves, José Antônio Barbosa e Patativa do Assaré, enquanto lhes engraxava os sapatos. Aos 18 anos mudou-se para Mossoró, em busca de oportunidade como violeiro e repentista. Passou a tocar em bares e na rádio Difusora de Mossoró. Retornou a Campina Grande para concluir os estudos. Formou-se em 1974, em Direito pela antiga Fundação Universidade Região Nordeste - FURNE, hoje Universidade Estadual da Paraíba – UEPB. Como advogado, tornou-se um tribuno de grande verve, chegando muitas vezes a fazer suas sustentações orais em versos. Foi vereador e professor de História em importantes colégios em Campina Grande. Bem como, articulista de jornais e apresentador de rádio, tratando do folclore nordestino. Apesar destes inúmeros trabalhos jamais deixou a poesia e o repente. Criou e organizou o Primeiro Congresso Nacional de Violeiros, realizado em Campina Grande em 1974, no Teatro Municipal Severino Cabral. Este evento e os outros que se seguiram, trouxe visibilidade aos violeiros e repentistas, o que ajudou imensamente ao reconhecimento destes personagens como figuras importantes da cultura popular nordestina. Apolônio Cardoso é autor de vários poemas e canções muito conhecidas pelo povo, como Flor do Mocambo e Flor do Cascalho. Essa última, inclusive, foi música tema do filme Romance (2008), do premiado cineasta Guel Arraes e teve direção musical de Caetano Veloso. Por quase sempre tratar de flores em seus poemas, Apolônio Cardoso é conhecido como o “poeta das flores”.
Pai de Cardoso Silva radialista de Caicó/RN.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

XXIV Encontro de Poetas 2023

O ENCONTRO DE POETAS nasce da necessidade de se organizar uma confraternização para que se possa expandir a arte da cantoria de viola que tão bem representa a cultura nordestina. A primeira edição surgiu no ano de 1998, para celebrar o aniversário do programa ‘VIOLEIROS DO SERIDÓ’, que está no AR desde 1963. Em virtude da pandemia, não foi possível a realização do evento nos anos de 2020 e 2021. Em sua VIGÉSIMA QUARTA EDIÇÃO, o projeto reúne poetas da região do Seridó, e de outros estados, apresentando as formas poéticas da cantoria de viola e do cordel. O evento tem o intuito de motivar, estimular a cantoria, promovendo a divulgação dessa produção cultural, fazendo com que o cantador tenha sua estima elevada e poder falar de sua arte como elemento de transformação. Oferecer uma atividade de entretenimento para o público assistente, telespectadores e os radiouvintes, que comumente absorvem os conhecimentos repassados pelos cantadores. O cordel, igualmente, estará presente, através dos poetas declamadores da Oficina de Cordel: Um Conto, Um Canto, da Associação União do Sobrado.